segunda-feira, 1 de julho de 2024
sábado, 8 de junho de 2024
DESAFIO DE MAIO - TEXTOS DOS ALUNOS
Divagar
O abismo de fogo
Nada mais é que uma ilusão,
Holograma ou mero jogo,
O escuro é sua condição,
De existir maior razão.
A Odisseia percorrida
Junto a meu interior
Levou-me à terra finita,
Ao vazio de meu temor,
Que os muros altos explica,
Seu reflexo enganador.
Vou eu sabendo que é certeza,
Que arrojada é a mentira,
Que é engenhosa a dureza,
Que ludibria quem a vira.
A cristalina verdade,
Perdida algures longe jaz:
Por natureza de maldade,
Jamais a Terra ma traz.
Quando a floresta me relembra
Das ideias por expressar,
De meu astuto estratagema,
Dos segredos por criar:
Sei da muralha o fraquejar,
Sei a árvore igualar,
Como quem nunca se entenda,
Irracional no divagar.
Pesadelo
Numa noite negra e
obscura
Um
fio de mar pelos caminhos se deleita.
Palpita
a mente sobre a fase mais dura
De
uma pobre rapariga que em flores se deita.
Escorre
lágrimas pelos olhos,
Nadando-lhe
na memória feridas irreversíveis.
Não
tem um vestido de folhos.
Não
está dividida por níveis.
A
praia dos inúteis é sua agora,
Onde
a areia não é leve.
Conta
o tempo, espera a hora
Para
que o batimento se torne breve.
Lembra
a chegada do amor perfeito
Que
lhe penteava os cabelos da cor de mel.
Mas,
por maldade, ficou desfeito
Tornando-se
o príncipe cruel.
Era
tudo um ensaio sobre a cegueira
Que
desfocava a verdade persistente.
Não
existia compassiva maneira
De
tornar qualquer ferida transparente.
A
doce menina, amarga por maleitas,
Não
tinha mais para fazer.
Até
que com um toque cheio de suspeitas
Acorda
e deixa de adormecer.
O
mundo é novamente belo,
O
sorriso volta a nascer.
Para
trás, fica o universo paralelo
Deixando
por lá o pesadelo bater.
Carolina Viegas, 9º ano
A praia dos inúteis, Alex Nogués; O príncipe cruel, Holly Black e Ensaio sobre a cegueira, José Saramago
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𝗨𝗡𝗜𝗩𝗘𝗦𝗘 𝗖𝗜𝗧𝗬: 𝗘𝗽. 1
quinta-feira, 2 de maio de 2024
quinta-feira, 21 de março de 2024
Textos dos alunos: desafio do mês dos afetos
O Beijo
Era uma vez um rapaz, chamado Pedro, ele era alto, curioso e rico. Numa tarde, quando Pedro precisava de umas plantas novas, decidiu ir a uma estufa. Havia uma estufa no centro da cidade. Pedro montou-se no seu corcel e dirigiu-se à estufa, para ver se havia plantas para a sua casa.
Quando lá chegou, e enquanto observava as várias plantas, reparou numa linda rapariga que estava a trabalhar na estufa. Dirigiu-se a ela, para lhe pedir ajuda na escolha das plantas, certas. A rapariga chamava-se Inês e prontificou-se a ajudá-lo, pois era ela que plantava e cuidava de todas as plantas daquela estufa.
Conversaram… conversaram…conversaram e o tempo foi passando.
Pedro estava fascinado com Inês, pois ela era doce, alegre, curiosa, e mostrava uma paixão pelas flores e plantas. Como já se fazia tarde e Pedro tinha de voltar para casa, convidou-a para no dia seguinte irem almoçarem juntos, e assim continuarem a conversa. Inês aceitou e combinaram, encontrarem-se no dia seguinte no restaurante que havia na estufa. Que se chamava Estufanário, onde serviam comida vegetariana.
Pedro chegou cedo á estufa, para dar uma volta pela mesma e observar a Inês enquanto ela trabalhava, pois estava deslumbrado com a sua beleza. Chegada a hora, encontraram-se no restaurante. Durante o almoço, a conversa estava animada e a Inês ria-se muito. Conversaram sobre as plantas e flores favoritas de cada um, e descobriram o mundo fantástico das flores.
Como a avó de Pedro, fazia anos no dia seguinte, ia haver uma festa. Pedro convidou a Inês para ir com ele, e esta aceitou de imediato ficando toda contente. Pedro combinou ir buscá-la a casa para a levar à festa.
No dia seguinte, Pedro esperou pela Inês, à porta de casa desta no seu coche dourado. Quando a viu, o seu coração bateu mais rápido. Inês estava linda! Entrou no coche, e velozmente galoparam para a festa. Quando chegaram à festa, Pedro com o seu manto debruado a ouro, e Inês com o seu vestido coberto de flores, todos os convidados olharam maravilhados para a beleza daquele casal. Nisto o baile começou e Pedro convidou a Inês para dançar. Rodopiaram pelo salão a noite toda, sentindo cada vez mais afeto um pelo outro.
Acabado o baile, Pedro levou Inês de regresso a casa. Quando se despediram, e envolvido na emoção da noite, Pedro cobre a Inês com o seu manto dourado e dá-lhe um enorme beijo.
Leandro Miguel Correia dos Santos
Um beijo eterno
No tempo onde o amor preenchia as ruas e cantos de todo o mundo, uma simples e jovem mulher ocupava-se a procurar as flores mais formosas e coloridas que existiam. Pousando um pé de cada vez no chão, corria pelos campos cobertos de perfeições da natureza.
Certo dia, quando pelo seu passatempo se estava a ocupar, escutou uma única e misteriosa melodia. Era tão simples, tão delicada e tão genuína que fez o seu coração bater, bater e bater novamente. Deixando-se guiar pelo coração, seguiu a melodia. Por cima das flores passava, sem as estragar, pois, eram as suas melhores amigas.
De repente o gentil som parou.
A pequena mulher ficou confusa e de certa maneira triste, mas ao longe observou um inocente homem que tocava num puro e maravilhoso piano. Sentiu uma coisa estranha, algo nunca existente. O seu coração voltou a bater, bater e bater novamente, porém de uma forma bastante invulgar. Já não era em relação à melodia e sim a quem lhe dava vida. O homem fitou-a num olhar repleto de admiração que se enchia de beleza e dirigiu-se à jovem mulher, segurando-lhe a mão apaixonadamente. Por momentos ela retribuiu o gesto, mas um traço de insegurança invadia-a.
O amor podia ser perigoso. O amor podia destruir o seu pobre coração.
Hesitando, começou a correr por cima das suas companheiras. A sua alma, mais uma vez, começou a bater, a bater e a bater novamente, no entanto era um sentimento de receio. Foi parar ao precipício dos seus campos, onde nele olhava para baixo e via o seu destino mais trágico. Lá, deixou-se ficar pensando em guiar o seu corpo para a frente.
O homem limitou-se a segui-la e a confessar com todo o amor que tinha, o sentimento que por ela nascia. Aproximou-se devagarinho como se tivesse medo de magoar a frágil aliada das flores. Então, ambos os olhares se cruzaram e o ambiente ficou diferente. As teclas do piano voaram até ao homem e envolveram-no com uma imensidão de magia. As flores leais à simples mulher flutuaram pelo ar até a ela chegarem.
Tudo ficou diferente, talvez mais magnífico. Todas as questões voaram, todo o medo caiu e todo o amor predominou.
-Só se vive uma vez e nessa vida única quero que me completes. - sussurrou-lhe a mulher.
Naquele momento, uma dourada e preciosa nuvem juntou as melodias do piano e as belas flores.
O homem, impressionado com as suas palavras deu-lhe a forma mais bonita de demonstrar a paixão que sentia.
Beijou-lhe o rosto, nascendo assim o amor entre os dois. Com um sorriso e ternura no coração, a mulher guardou eternamente aquele sentimento.
Há quem diga que é por isso que as flores e as melodias do piano ficam tão bem juntas…
Carolina Viegas