sábado, 8 de junho de 2024

DESAFIO DE MAIO - TEXTOS DOS ALUNOS

Divagar

 

O abismo de fogo

Nada mais é que uma ilusão,

Holograma ou mero jogo,

O escuro é sua condição,

De existir maior razão.

 

A Odisseia percorrida

Junto a meu interior

Levou-me à terra finita,

Ao vazio de meu temor,

Que os muros altos explica,

Seu reflexo enganador.

 

Vou eu sabendo que é certeza,

Que arrojada é a mentira,

Que é engenhosa a dureza,

Que ludibria quem a vira.

 

A cristalina verdade,

Perdida algures longe jaz:

Por natureza de maldade,

Jamais a Terra ma traz.

 

Quando a floresta me relembra

Das ideias por expressar,

De meu astuto estratagema,

Dos segredos por criar:

Sei da muralha o fraquejar,

Sei a árvore igualar,

Como quem nunca se entenda,

Irracional no divagar.



Vasco Leal 10ºA


Pesadelo

Numa noite negra e obscura

Um fio de mar pelos caminhos se deleita.

Palpita a mente sobre a fase mais dura

De uma pobre rapariga que em flores se deita.

 

Escorre lágrimas pelos olhos,

Nadando-lhe na memória feridas irreversíveis.

Não tem um vestido de folhos.

Não está dividida por níveis.

 

A praia dos inúteis é sua agora,

Onde a areia não é leve.

Conta o tempo, espera a hora

Para que o batimento se torne breve.

 

Lembra a chegada do amor perfeito

Que lhe penteava os cabelos da cor de mel.

Mas, por maldade, ficou desfeito

Tornando-se o príncipe cruel.

 

Era tudo um ensaio sobre a cegueira

Que desfocava a verdade persistente.

Não existia compassiva maneira

De tornar qualquer ferida transparente.

 

A doce menina, amarga por maleitas,

Não tinha mais para fazer.

Até que com um toque cheio de suspeitas

Acorda e deixa de adormecer.

 

O mundo é novamente belo,

O sorriso volta a nascer.

Para trás, fica o universo paralelo

Deixando por lá o pesadelo bater.


Carolina Viegas, 9º ano

 

A praia dos inúteis, Alex Nogués; O príncipe cruel, Holly Black e Ensaio sobre a cegueira,  José Saramago 



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𝗨𝗡𝗜𝗩𝗘𝗦𝗘 𝗖𝗜𝗧𝗬: 𝗘𝗽. 1 

U͟n͟i͟v͟e͟r͟s͟e͟C͟i͟t͟y͟
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Em apuros. Preso em universe city. Enviem ajuda.   
          
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    Olá 
    Espero que alguém esteja a ouvir 
    Eu estou a enviar isto via rádio - há muito que passou de moda, eu sei, mas é talvez um dos poucos métodos de comunicação que a city se esqueceu de monitorizar -, num sombrio e desesperado pedido de ajuda.
     As coisas em universe city não são o que parecem. Estou 𝘶𝘮 𝘢𝘯𝘰 𝘴𝘰𝘭𝘪𝘵á𝘳𝘪𝘰 nessa universidade fria e vazia cheia de monstro alienígenas. Preciso fugir.
     Não posso dizer quem eu sou. Por favor, chamem-me... Por favor chamem-me apenas Rádio. 𝘙á𝘥𝘪𝘰 𝘴𝘪𝘭ê𝘯𝘤𝘪𝘰. Afinal, não passo de uma voz 𝘴𝘦𝘮 𝘢𝘮𝘰𝘳 numa rádio, e pode ser que ninguém esteja a ouvir.
     Dou por mim a pensar... Se ninguém está a ouvir a minha voz, estarei a emitir algum som?
[...]

Juan Santos, turma 7°I

Primeiro episódio do podcast universe city do livro "rádio silêncio" , "Um ano solitário" e "Sem amor" da escritora Alice Oseman.

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