Divagar
O abismo de fogo
Nada mais é que uma ilusão,
Holograma ou mero jogo,
O escuro é sua condição,
De existir maior razão.
A Odisseia percorrida
Junto a meu interior
Levou-me à terra finita,
Ao vazio de meu temor,
Que os muros altos explica,
Seu reflexo enganador.
Vou eu sabendo que é certeza,
Que arrojada é a mentira,
Que é engenhosa a dureza,
Que ludibria quem a vira.
A cristalina verdade,
Perdida algures longe jaz:
Por natureza de maldade,
Jamais a Terra ma traz.
Quando a floresta me relembra
Das ideias por expressar,
De meu astuto estratagema,
Dos segredos por criar:
Sei da muralha o fraquejar,
Sei a árvore igualar,
Como quem nunca se entenda,
Irracional no divagar.
Pesadelo
Numa noite negra e
obscura
Um
fio de mar pelos caminhos se deleita.
Palpita
a mente sobre a fase mais dura
De
uma pobre rapariga que em flores se deita.
Escorre
lágrimas pelos olhos,
Nadando-lhe
na memória feridas irreversíveis.
Não
tem um vestido de folhos.
Não
está dividida por níveis.
A
praia dos inúteis é sua agora,
Onde
a areia não é leve.
Conta
o tempo, espera a hora
Para
que o batimento se torne breve.
Lembra
a chegada do amor perfeito
Que
lhe penteava os cabelos da cor de mel.
Mas,
por maldade, ficou desfeito
Tornando-se
o príncipe cruel.
Era
tudo um ensaio sobre a cegueira
Que
desfocava a verdade persistente.
Não
existia compassiva maneira
De
tornar qualquer ferida transparente.
A
doce menina, amarga por maleitas,
Não
tinha mais para fazer.
Até
que com um toque cheio de suspeitas
Acorda
e deixa de adormecer.
O
mundo é novamente belo,
O
sorriso volta a nascer.
Para
trás, fica o universo paralelo
Deixando
por lá o pesadelo bater.
Carolina Viegas, 9º ano
A praia dos inúteis, Alex Nogués; O príncipe cruel, Holly Black e Ensaio sobre a cegueira, José Saramago
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𝗨𝗡𝗜𝗩𝗘𝗦𝗘 𝗖𝗜𝗧𝗬: 𝗘𝗽. 1
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