terça-feira, 29 de novembro de 2022

Escrever é uma arte (Desafio 1)

 

Escrever é uma arte 

que não é para todos.

Às vezes pomos de parte 

aqueles que foram o nosso todo.

 

Entrelinhas eu escrevo 

com o intuito de te dizer 

o quão lesivo 

tu foste e me fizeste sofrer.

 

Alertas eu recebi 

mas sem querer ouvir,  

me apercebi, 

que te estava a servir.

 

Perdida eu estava,

o teu sentimento de orgulho 

e assim me aproximava 

inda mais desse teu barulho.

 

Do meu coração 

nativo não és, 

porque nunca foste a minha respiração 

mesmo depois de ser levada pelas marés.

Um dia vai-te doer 

como doeu a mim 

e o teu coração vai roer 

de tanta inveja que sentes por mim.

 

Agora aqui, nas estrelas estou 

sem a tua voz sobrevivo, 

porque alguém me ajudou 

a ver que aquilo era abusivo.

 

Leonor Rodrigues, 11ºD1


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Obrigada pela tua participação!

A equipa Entrelinhas

Mar (Desafio 1)


MAR

O mar bradava e rugia sob o silêncio noturno, escalando a praia e adentrando-se pela indefesa vila pesqueira. Nele, as ondas erguiam-se revoltas empunhando a água que explodia em baques retumbantes

Como um rufar de tambores, a maré puxava e lançava a água num ritmo compassado, atravessando as rochas íngremes e afiadas, alastrando-se entre e para lá da beira-mar, tomando tudo na sua teia.

Imponente e profundo, clamando canções antigas de sereias e náufragos, insurgia-se na sua ira fria, invadindo bravio, seguido de seus discípulos. 

Junto a ele, o céu tempestuoso debruçava-se temeroso sobre a superfície, acompanhado pelos ventos que uivavam eufóricos.

Para quem assistia, apavorado, o mar engolia a Terra, lenta e impiedosamente, nas entrelinhas da noite.

 Rita Freixedas; 11ªE; 


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Obrigada pela tua participação!

A equipa Entrelinhas

Para Ti (Desafio 1)


Para Ti

Acordo de noite devido ao meu desassossego. E, até ao nascer do dia, não consigo adormecer ainda à espera que provasses o que me tinhas prometido. Ao lembrar-me de ti, soube que não aprendi a lição já que garantiste que não desistirias de mim. Agora estou sozinho a lutar contra os meus fantasmas. As tuas mentiras foram as únicas em que acreditei.

Nunca deverias ter-me abandonado nos meus pensamentos. Estes trazem preocupações e lágrimas que não são o suficiente para os apagar. A “estrelinha” que gravaste nas minhas cicatrizes mostrava o amor que sentias por mim. Agora estas ardem e continuam a sangrar, pois descobri todas as tuas traições nas entrelinhas que me fazem chorar nas noites mal dormidas e me fazem sentir preso numa jaula. Na minha solidão, sinto-me prestes a explodir de dor depois de saber que ignoraste todo o amor que te dei.

 Guilherme Antunes, 10ºC


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A equipa Entrelinhas

Desafio 1

 

Numa ilha, chamada Adak, circula a lenda que o pirata Gregory Dwargstof, estava a ser perseguido pela marinha. Por este motivo, escondeu a sua fortuna dentro de 150 latas, com o valor total de 140 milhões de euros, que estariam escondidas algures na ilha.

Um dia, um soldado que tinha como alcunha Estrelinha, estava a cavar o solo duro e gelado da ilha, para construir uma plataforma de madeira, quando de repente sentiu uma coisa difícil de perfurar feita de metal. Eram três latas de comida, posicionadas em linha, que continham 1 milhão em moedas de ouro cada.

Quando a notícia se espalhou pela ilha, os habitantes ficaram esperançosos e foram à procura das restantes latas. Para as encontrar é necessário ler nas entrelinhas das pistas deixadas pelo pirata!

  Rute Melissa, 10ºE, Nº20

 

Número de palavras: 129

Palavras escolhidas: Entrelinhas, Estrelinha, Linha, Ilha.


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A equipa Entrelinhas

Estocolmo (Desafio 1)


 - Não acho justo.

 Desde o último feriado que não se encontravam. Andrei não aparecera na semana anterior e nem tentou justificar a sua falta. Quando Vanessa lhe perguntou a razão de não ter vindo ele respondeu simplesmente “Não pude vir”.

 Andrei olhou para o lado, com indiferença, sem intenções de se sentar. A mulher prosseguiu, procurando agora a sua atenção.

 - Desde aquela noite que não paro de pensar em nós...

 - Qual “nós”, Vanessa?

 Andrei, que olhava agora seriamente para os olhos da mulher, num sentimento de cólera que o invadia, não podia compreender. Há meses que tudo se havia passado. Mas ela insistia em encontrar-se, semana após semana, no mesmo parque, no mesmo banco, à frente do bar onde ele a tentara, há dois meses, contra a sua vontade.

 Vanessa rompeu em lágrimas.

 - Eu nunca quis isto, entendes? Eu tenho de viver como se nada daquilo tivesse acontecido, mas a cada dia que passa sinto o ar que respiro ficar mais espesso, e tento adormecer sobre o sufoco que é não dizer nada a ninguém. Quando estou contigo, parece que não sofro porque quem mergulha no fundo do poço tem de suster a respiração…

 Secou os olhos com a manga do pulôver.

- Sinto-me dividida.

 O homem, ajeitando os punhos do casaco, puxou o fumo do seu cigarro, apagou-o no poste de iluminação e disse, distante:

 - Multiplica-te.

 

 Gabriel Duarte, 12°C


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A equipa Entrelinhas

  

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

TEXTO VENCEDOR DO 3º CICLO (outubro de 2022)

 


Entrelinhas

 

Uma vez surgiu um projeto

Que envolve muitas letrinhas.

Mas vamos ao que é direto,

O projeto Entrelinhas!

 

Destinado aos alunos criativos,

Na escrita, leitura e criação.

Com desafios muito atrativos,

Para libertar a imaginação.

 

Todos os meses sai um desafio,

Com propostas muito interessantes.

Esta iniciativa uniu

Jovens com mentes brilhantes.

 

Pode ser qualquer pensamento,

Ou qualquer proposta.

Tudo é um complemento

Pois a intenção deve ser exposta.

 

 

 

 

 

 

A inspiração é o essencial

Para libertar a nossa alma.

Há quem mostre o que é brutal,

Enquanto alguns vão pela calma.

 

 

As linhas vão-se cruzar,

Formando frases inovadoras.

Aqui todos podem partilhar,

As ideias encantadoras.

 

Quem adora escrever,

Quem adora ilustrar.

Chegou o momento de perceber

Tudo o que têm a mostrar!


Carolina Viegas, 8º F

 

TEXTO VENCEDOR DO SECUNDÁRIO (outubro de 2022)

 




As estrelas

Entro no autocarro. Suspirava por descanso – os dias estavam a ser desgastantes. Para mim, a diferença entre outubro e novembro era um número diferente para colocar nos cabeçalhos dos testes.

Sento-me e, pela janela, miro numa estrela. “O que será que sou para ti?”, pensei. Para nós são as entrelinhas de uma enorme parede azul, mas e nós para elas? Será que pensam que não somos nada mais do que visitas ao seu lar? Estarão elas corretas? Eu pelo menos invejo as estrelas. Enquanto elas passam os seus dias relaxadas na sua imortalidade, eu penso nelas para me refugiar de mim mesmo. Pensarão elas em nós? Terão elas inveja de podermos viver? Seremos nós os sortudos ou os azarados?

A estrela desaparece do meu horizonte. De volta à vida real, percebo que estou a chegar à paragem da escola. Não paro. Hoje vou ser uma estrela. Valerá a pena?


Ricardo Margal, 10ºG

RESULTADOS DO DESAFIO DE OUTUBRO 🏆3º CICLO


 

RESULTADOS DO DESAFIO DE OUTUBRO 🏆SECUNDÁRIO