MAR
O mar bradava e rugia sob o silêncio noturno, escalando a praia e adentrando-se pela indefesa vila pesqueira. Nele, as ondas erguiam-se revoltas empunhando a água que explodia em baques retumbantes
Como um rufar de tambores, a maré puxava e lançava a água num ritmo compassado, atravessando as rochas íngremes e afiadas, alastrando-se entre e para lá da beira-mar, tomando tudo na sua teia.
Imponente e profundo, clamando canções antigas de sereias e náufragos, insurgia-se na sua ira fria, invadindo bravio, seguido de seus discípulos.
Junto a ele, o céu tempestuoso debruçava-se temeroso sobre a superfície, acompanhado pelos ventos que uivavam eufóricos.
Para quem assistia,
apavorado, o mar engolia a Terra, lenta e impiedosamente, nas entrelinhas da
noite.
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Obrigada pela tua participação!
A equipa Entrelinhas
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