sábado, 13 de maio de 2023

DESAFIO DE MAIO

 


Vamos honrar as nossas mães através de uma manifestação de amor e carinho? Elas são seres abençoados, são mulheres extraordinárias que nos trouxeram ao mundo e nos ajudaram a crescer da melhor forma possível. Elas merecem o nosso agradecimento … e uma palavra de afeto da nossa parte.

É tão bom desenhar sorrisos no coração!

Este desafio estende-se também aos professores!

Vamos lá a escrever um texto com muito amor e ternura!


Envia-nos o teu texto em formato digital para: entrelinhas300@gmail.com 
Não te esqueças de nos indicares o teu nome, ano e turma.


sexta-feira, 12 de maio de 2023

VENCEDOR DO DESAFIO DE MARÇO/ABRIL


 

 Futurística




Enquanto o fogo enchia o balão de ar quente, via-se o chão a ficar para trás. Subimos cada vez mais em direção ao infinito céu azul. Passando as nuvens, começava-se a avistar algo, uma luz que se multiplicava em milhões de “estrelinhas portáteis”.

Era a Futurística, cidade cujo nome se ouve em histórias de embalar. Esta é magnífica, cheia de esplendor! Aqui as pessoas não vivem em altos prédios nem em grandes vivendas, vivem em tendas. Por dentro estão muito bem decoradas, com assentos confortáveis e mobília acolhedora. As crianças aprendem numa clareira rodeada de árvores da inspiração. Existem hortas comunitárias onde todos ajudam a plantar os seus deliciosos alimentos. Nesta cidade não existem carros, nem telemóveis, nem televisões, todos convivem na rua onde as crianças brincam, depois das aulas e os adultos conversam, após o trabalho.

Futurística é uma cidade inimaginável. Nela não existe maldade, ódio, inveja, guerra, só existe o amor e a bondade. Todos são amigos, colegas, vizinhos e amam-se muito!
Esta é a cidade que eu espero que o Mundo se torne um dia, no futuro, para que os nossos descendentes vivam no melhor local possível…


Leonor Pascoal 8º B


Menção Honrosa - Desafio de março/abril


Pensamentos divididos

Os nossos pensamentos, às vezes, são uma enorme confusão, como se todos eles se entrelaçassem formando uma linha presa por vários nós. A mim, encanta-me a ideia de contemplá-los um por um. Talvez não saiba explicar da melhor forma, mas todos eles estão ligados mesmo sem nos apercebermos. A verdade é que apresentam uma forma intensa levando-nos a refletir sobre tantos acontecimentos… 

Um dia, quis descobri-los melhor e procurei-os. Sabia que provavelmente seria algo arriscado e que poderia originar uma corrente de água sincera que escorre pelos nossos olhos. Todos os meus pensamentos estavam rodeados de sonhos. A minha cabeça estava repleta de nuvens onde nelas me deitava fechando os olhos, na esperança de os voltar a abrir e ver um mundo como imaginei. 

Sonhos e desejos fundiam-se em mim, mas não eram os únicos que viviam na minha mente. Para além deles existiam os medos, os receios, as mágoas do passado que originavam um aperto no coração quando eram relembrados. Estes dois lados uniam-se e enfrentavam-se numa batalha. Lutavam para ver quem dominaria os meus pensamentos. As nuvens onde me deitava, envolviam as espadas afiadas que feriam o meu coração como se destacassem a importância de sonhar, mesmo que em nós se construam obstáculos. 

Assim, era este duelo que explicava toda a confusão dos meus pensamentos. E a esperança? Onde estava? Só ela poderia originar a harmonia. Agora já não procurava as minhas reflexões, mas sim a solução para organizá-las. Nalguns momentos, eu só queria viver com sonhos como se tudo estivesse sempre perfeito, porém sabia que com as coisas menos positivas a que a vida nos desafia tornamo-nos mais fortes e capazes de aprender quando erramos. Eu, não aguentando a agitação que se formava em mim, gritava pela esperança. 

Então percebi algo. A batalha não acabaria, mas uma pequena luz ajudar-me-ia, abrindo uma porta que para cada situação iluminaria o lado adequado.

Carolina Viegas 8º F





A caminho de casa…

A caminho de casa dos meus avós, vejo uma paisagem única… Vacas de muitas cores, a pastarem na lezíria ribatejana, as árvores em volta são refúgio para algumas aves no inverno. Como já estamos próximos da primavera já se veem algumas flores a aparecer. Ao fundo, vê-se o rio Tejo, com alguns patos em bandos. Na viagem, discutíamos qual o pássaro mais elegante, dos muitos que havia, no céu com nuvens que pareciam lã de ovelha e com um sol iluminado. Das diversas espécies de animais que nos acompanharam, a lebre deu-nos a sua companhia. É uma paisagem a anunciar que a primavera está a chegar!

Vicente Santos 6º D





 

Desafio de março/abril

 

Os ladrões de bananas



Num domingo à noite o senhor Zé que é o dono da mercearia estava a repor as maçãs para o dia seguinte, quando reparou que não havia bananas e pensou para si próprio:

-Que estranho, ainda há bocado estive a repor as bananas, onde será que elas estão?

Foi ao armazém e viu que as bananas não estavam lá até que se se deparou com um buraco numa das paredes do armazém. À frente do buraco estava uma casca de banana e o senhor Zé achou estranho, porque só lá estava ele e não tinha comido nenhuma banana.

Ao sair da mercearia deparou-se com um rasto de cascas de banana que chegava até à praia.

Ao chegar à praia viu que o rasto tinha acabado então começou à procura de mais pistas até que descobriu que estavam dois macacos a partilharem a última banana.

O senhor Zé percebeu que não havia ladrão nenhum, mas sim dois macacos atrevidos e esfomeados e ele achou-lhes tanta graça que os adotou.

A partir dessa noite o senhor Zé começou a encomendar bananas para a mercearia e para os dois macacos.

Mateus Martins 9º C


Desafio de março/abril

 

Paz da praia



O metal quente do fecho da mochila preta, na cadeira da varanda, cuja janela era partilhada com o seu quarto. O contraste ferve na ponta dos seus dedos. Uma zona fria por, mais lentamente do que era suposto, ter arrumado a garrafa de água congelada na lancheira.

Os olhos verdes sensíveis à luz de meados de agosto procuram a voz que o seu ouvido tanto reconhece – “despacha-te” -, sua mãe. E passa por ela com a lancheira, descendo as escadas como se cada degrau se desintegrasse depois de ser pisado.

Não entende a sua pressa, a areia não vai a lado nenhum.

O pai espera no carro, trauteando o ritmo da música no volante. Com os seus óculos escuros e camisa e calções de linho, material fresco e leve, num verão de ar que se envolve nos pulmões. Os olhos de um tom verde, mais claro do que os dela, seguem a figura da mãe que se junta a ele com um jeito
que parece ficar mais relaxado quando ouve o som das chaves a trancarem o portão pintado de branco. Nos lugares da frente do carro, partilham o mesmo pensamento “Estava a ver que não era capaz de se despachar”.

Ela abre a porta e o couro do assento acomoda-se ao seu peso.
Afoga-se na imaginação e só vem ao de cima quando a sua visão periférica reconhece a familiaridade do seu redor. Mãe e filha saem, enquanto o pai vai estacionar o carro. É longe, não vale a pena irem todos.

Leva a sua mochila e um chapéu amarelo, aquele amarelo nostálgico capaz de confortar uma pessoa, e a mãe a lancheira e a sua mala. Desvia o seu olhar desta, que parece adiantar a sua passada, e vagueia nas várias cores da paisagem diante de si. As ondas fazem-se ouvir (tão calmas como a sua mãe antes da viagem), o rio cheio desfaz-se no mar percorrendo o lado direito da praia que parece protegida por enormes formações de rochas, destacando-se uma pela sua forma de barbatana de tubarão. As memórias invadem o seu pensamento e o seu peito aperta de saudades não conseguindo impedir os seus lábios de tomarem a forma de um sorriso. Ânsia reúne-se no fundo do seu estômago.

Ela acelera o passo, agora espera que a areia não fuja.

Chapéus cobrem a areia e o seu nome desvanecido trá-la de volta à realidade. Segue as marcas que a mulher mais velha deixa e monta o chapéu no lugar escolhido como suficientemente bom. Instalam-se e quando o pai chega junta-se à mãe para um passeio. Ela finge não gostar da ideia, mas estar sozinha a sentir o sol em todo o seu corpo é tudo que quer. Despe-se, estica-se na toalha e só tem perceção da areia a tomar forma das suas curvas, debaixo do fino material. Tenta-se a pegar um livro que trouxe, mas as suas pálpebras decidem contra e as conversas das outras pessoas reduzem gradualmente de volume. Deixa-se ir. Acorda, com a companhia dos seus pais e faz conversa de quem acabou de acordar (cujo conteúdo, por muito que tente, não se lembra). Levanta-se, empurrando a areia com as suas palmas, e arrasta as pernas onde o seu olfato deseja aproximar-se, sentido a areia a preencher todos os espaços e buracos que esta cria ao andar. O choque de temperatura invade todo o seu corpo, dos pés em contacto com as ondas, até às suas orelhas, uma mais vermelha devido à posição escolhida para a sesta. Agora, são as suas mãos que ficam molhadas e juntas fazem uma taça que carrega água salgada e
fresca de encontro à sua cara, permitindo que os sentidos fiquem mais aptos, deixando o estado de sonolência no passado.


Deixa-se absorver pela imagem onde se encontra, e pisca os olhos outra vez, como se fosse mentira. Os seus pés sentem a areia quando ela se afasta da água. Senta-se e parece que a mente fica calada, pela primeira vez, pelo menos parece a primeira vez. A cena que observa é ridícula, não faz sentido algo conter tanta beleza. As imperfeições da areia, os tons que variam, ficando mais escuros ao aumentar a sua proximidade com o mar; revolto e azul como sempre e misturando branco no final de cada uma das suas viagens à terra, criando espuma e voltando para trás, tomando uma certeza, repetição e consistência nestas caminhadas que só o mar tem. O céu, longe, está no plano do fundo, um azul-claro de mesma relevância que o da água, mas deixa as suas nuvens terem o papel principal pouco usual em vistas assim. Mesmo se quisesse era difícil competir com o molde destas, molde que cobre o céu como se fosse um plano pouco opaco que só deixa passar a presença do sol, atrás delas. Os seus tons de laranja no fundo acrescentam ao valor da paisagem que os olhos verdes tentam capturar. Num piscar de olhos, as nuvens e o mar parecem cruzar-se, estupendamente assemelhando-se a vizinhos.

Ela não consegue ouvir nada, agora não pode.

Sente a brisa acariciar o seu cabelo, desliga-se do mundo. Tem de capturar esta paisagem, partilhar este momento, seria egoísta guardá-lo para ela, mas não se atreve a mexer-se.
Receia que desapareça, que a areia escorregue debaixo de si, que o mar seque, que o sol pare de brilhar, que as nuvens se desfaçam, que chova. Não se move. Em vez disso, dá tudo de si, entrega-se à natureza, reconhece que esta paz é única.

Relembra a pressa da mãe e entende, finalmente.

Araz Neutrum


Matilde Antão Coelho, 11º B