As estrelas
Entro no autocarro. Suspirava por descanso – os dias
estavam a ser desgastantes. Para mim, a diferença entre outubro e novembro era
um número diferente para colocar nos cabeçalhos dos testes.
Sento-me e, pela janela, miro numa estrela.
“O que será que sou para ti?”, pensei. Para nós são as entrelinhas de
uma enorme parede azul, mas e nós para elas? Será que pensam que não somos nada
mais do que visitas ao seu lar? Estarão elas corretas? Eu pelo
menos invejo as estrelas. Enquanto elas passam os seus dias relaxadas na sua
imortalidade, eu penso nelas para me refugiar de mim mesmo. Pensarão elas em
nós? Terão elas inveja de podermos viver? Seremos nós os sortudos ou os
azarados?
A estrela desaparece do meu horizonte. De volta à
vida real, percebo que estou a chegar à paragem da escola. Não
paro. Hoje vou ser uma estrela. Valerá a pena?
Ricardo
Margal, 10ºG
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