Ao menos nós vivemos.
Num dia ventoso
e nublado, dois amigos estavam sentados numa colina a observar o oceano.
Enquanto um deles rabiscava umas coisas num caderno o outro perguntava:
-Já pensaste o que há para além do horizonte?
-Acho que não. - Respondeu o colega.
Luís era bastante vivaço
e tinha a mania de fazer imensas perguntas, já Martim esperava ter
paciência para tentar perceber ou
responder ao amigo.
-Mas devias pensar nisso, podíamos construir um barco e descobrir
tesouros valiosos,
ou talvez inventar algo que possa voar, tipo uma lancha voadora e depois nós vamos à lua!
-À lua? - Martim ri.
-Não, a outra galáxia! Nada nos vai parar! – Luís levanta-se como se
estivesse pronto para levantar voo.
-A outra galáxia? E se nos afastarmos demasiado?
- Não sei o que vai acontecer, mas pela primeira vez na minha vida sinto
que posso voar, sinto que posso fazer
tudo o que quiser!
Martim fica preso durante uns
segundos ao olhar para o seu amigo, conseguia sentir a felicidade dele e a esperança,
porém tinha uma outra perspetiva da vida.
-Devias pensar em coisas mais realistas ao invés disso, como a escola ou
o teu futuro. É um desperdício de tempo.
- Sabes? Ao menos nós vivemos. Somos comida para vermes no final de
contas, não nasci para não viver. - Luís volta a sentar no chão e pousa a cabeça na relva.
Ambos ficam em silêncio a pensar um pouco. Voltaram a observar o oceano enquanto a
fria brisa marítima fazia o capim e os cabelos dançarem ao som das ondas.
-És mesmo valente
para dizeres essas coisas - Martim fecha o caderno e deixa-o pousado no seu
colo.
Dentro de poucos minutos ouve-se
uma voz a gritar muitoooo lá ao fundo " Meninos, venham lanchar!".
-É a tua mãe - Luís sorri- espero que o lanche seja leite e bolachas.
-Uma
corrida? - Martim veste o seu casaco de lã.
-Está bem, é melhor ficares preparado,
eu sou um vencedor.
-Sonha! - Marim começa a correr- eu sou mais veloz que tu!
Maria Carolina Santos 10º D
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Luar
Se pudera a paz no vento tatear,
Se possível fosse a reflexão,
Se palpada fosse oculta mão.
Vívida esperança como luz,
Vigorosa em utopia,
Liberdade, fábula que seduz,
Persuadindo a vaidade que podia.
Vitoriosa enxergada na lonjura,
Leviana no olhar que imaginava:
Loucura lamacenta, mente que cessava,
Letargia palpitando na ternura,
Lema de sonho, locais de fantasia,
Venturoso o vão talento que vivaz assim sonhava.
Vasco Leal 10ºA
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Erro de tormentos
Uma vez tentei pensar numa forma visível de pacificar um erro cometido. Parto de um simples lugar onde nele fecho as lentes que permanecem em mim.
Não consigo ver nada.
Palpita de uma forma vibrante a luta de errar e de aprender que só
fico mais valente.
Parece impossível.
Talvez nem me tenha apercebido, ou então é um lago evidente e verdadeiro. São necessárias tantas lupas para ampliar o “porquê” que
me atormenta!
Afundo-me e por fim descubro o leme que fará o meu vigoroso barco continuar.
Errar é humano.
Só a valiosa forma do
perdão curá-lo-á.
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Não sei porque és tão vil,
Nem porque me fazes tão mal.
Fazes tudo de maneira tão livre,
E tudo fazes para pareceres normal.
Sais sempre como o vencedor,
Que todos os limites consegue
passar.
Vives para ser válido,
E morres por fracassar.
Dizes ser verdadeiro,
E disso não penso que não sejas.
Levas tudo como lei,
E por isso vejo que fraquejas.
Entendes tudo, mas pouco percebes.
Estás em todos os locais, mas estás sempre parado.
Esforças-te tanto e tão pouco recebes,
Chamas todos e és tão poucas vezes chamado.
Andas sempre à luz, mas estás sempre às escuras.
És sempre o herói e a todo o tempo o vilão,
Deixas o meu coração a vermelho,
Por mo perderes de paixão.
Peço desculpa pela lista,
Mas é para servir de lição.
Falar é muito bom,
Mas nada substitui a ação.
Raquel Inácio 11ºA
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