O
inverno vem e com ele vem a noite, como o anseio todos os anos. Os dias
passam, e nada muda. Ultimamente tenho ansiado o inverno mais do que nunca, mas
acredito que o tempo não está a meu favor, pois ele nunca mais chega. Como
desejo aquele conforto do meu lar num dia frio, a ouvir o terror da chuva e dos
trovões, ter a certeza da vivacidade da Terra. A saudade que tenho da chuva. Os
dias passam, e o calor ensurdecedor permanece, “Tenho ódio à luz e raiva à
claridade”. O sufoco constante e a necessidade de libertação vêm com o
verão, e com ele se mantém, até que o ciclo ordenado e certeiro da Natureza os
leve. Entretanto, esperamos. Bem podemos sonhar com o dia que o gelo nos
arrefeça as mãos, mas nada podemos fazer para alterar o curso natural da vida, afinal,
o calor é essencial.
Ás
vezes pergunto-me quanto tempo mais terei que aguardar. Dava de tudo para
controlar o espaço-tempo e viver infinitamente na comodidade das baixas
temperaturas. Dessa forma, poderia observar os orvalhos da alvorada sempre
que a minha razão assim mandar. Até lá, limito-me ao ódio e à raiva por todas
as lembranças do verão, desejando sempre que um dia acorde e tudo mude.
“Tenho
ódio à luz e raiva à claridade” - Florbela Espanca, Livro de Mágoas
Carolina Brandão, 11ºA
Obrigada pela tua participação!
A equipa Entrelinhas
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